Rita. Foi cobradora de ônibus no Rio. É doméstica em Quissamã. Mãe e pai de dois cabras machos. Tem nas rugas do rosto a marca do sofrimento da vida. Mulher de pouca cultura e enorme sabedoria. Nordestina genuína, "feijão-com-farinha". É dessas incríveis anônimas que batalham dia-a-dia pela sobrevivência tal qual na guerra estivessem. Íntegra, tem a confiança dos patrões. O destino nos deu de presente uma prosa de pouco mais de 15 minutos, involuntariamente, como quem não quer nada. Talvez nunca mais a veja. Não importa. Salve Rita!
Rita
No olhar marejado carrega a dor;
Na fala apressada, ânsia de amor.
Faz do dia-a-dia, consolação.
No rosto, traços de desilusão.
Chamam-a de Rita e ponto final.
Dona de angústia pendurada no varal.
Criou filhos, solucionou dúvidas.
Lutou sete vidas.
Deu troco no ônibus cheio;
Batalhou, disse a que veio.
Foi mãe, pai e amiga,
Estancou fome e ferida.
Rita é exemplo,
Rita é um templo.
Rita é guerreira,
Nordestina, brasileira.
Taça GB - Líder em campo e Flamengo a perigo
Há 9 horas
1 comentários:
De grande sensibilidade esta postagem!
Parabéns!
Walnize
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