Paixão quase centenária

Foto: Site do Goytacaz
Hoje, 20 de agosto, o Goytacaz Futebol Clube comemora 96 anos de existência. Quase um século de muitas conquistas, algumas frustrações e uma certeza: a de que sua imensa torcida, provavelmente a maior do interior do estado do Rio de Janeiro, é cada vez mais apaixonada. Durante o dia muita gente escreveu sobre o aniversário do “Azul da Rua do Gás”. Então, aí vai uma lista de links onde a galera pode se deliciar. Na Rede, de Leandro Nunes. Blog do Roberto Moraes e Blog do Gustavo Rangel. Parabéns a todos que, de uma forma ou de outra, fazem parte desta incrível história de quase 100 anos. Daqui, vou citar meu time inesquecível; Jorge Luiz, Ditinho, Gilberto, Cléber e Valtair; Cláudio Neves, Gilmar e Cláudio José; Chiquinho, Petróleo e César – o técnico era Carbone. Ano de 1983. Campeonato Estadual. Na primeira rodada, inapeláveis 4x1 sobre o Volta Redonda, no Aryzão – três gols de Cláudio José. Logo na seqüência, um jogo que jamais esqueci, embora já se vão 25 anos. Tarde de domingo, pouco antes das três da tarde, cheguei acompanhado de meu pai, Alcebíades, no Aryzão. Sentamos atrás do gol que dá para a Saldanha Marinho. Em pouquíssimos minutos não havia lugar para mais ninguém – e olha que o confronto só começaria às 17 horas. Cerca de 20 mil pessoas se imprensavam para ver o Goyta diante do temível Flamengo, campeão de tudo que disputava naquele início de anos 80. Naquele dia conheci a força da nação alvianil, que dividiu o estádio ao meio com a maior torcida do mundo. Quatro minutos, bate-rebate na área, a bola sobre para o desajeitado goleador Petróleo abrir o placar. O Aryzão quase desabou. O Flamengo empatou, no segundo tempo. Mas Gilmar, o maestro, desequilibrou e cravou 2x1. Daí em diante o que se viu foi um show. Um baile, uma aula de futebol orquestrada por Gilmar, Ditinho e, principalmente, César. Bastava o endiabrado ponta-esquerda pegar a bola para causar calafrios nos flamenguistas. Driblador, entortou quem encontrou pela frente com “comes” humilhantes, a maioria deles rente a linha lateral. Pareceu sonho até para quem não torce pelo Goytacaz, como é o meu caso. No dia seguinte comprei o Jornal dos Sports, respeitadíssimo na época e o único especializado no assunto. Na nobre página dois, Washington Rodrigues, o “Apolinho”, estampou o título: “Raul salva o Flamengo de levar goleada história em Campos”. Resumiu em poucas palavras aquele jogaço sensacional.

2 comentários:

Leonel disse...

Caro escriba, onde le-se "PROVAVELMENTE a maior do interior do estado do Rio de Janeiro" leia-se "a MAIOR do interior do estado do Rio de Janeiro". Segundo pesquiza da revista Placar, a torcida do Goytacaz é a quinta maior do RJ, perdendo apenas para os quatro grandes da capital. Não sou campista, mais aqui chegando escolhi o Goytacaz para torcer apos comparecer a um jogo numa quarta feira em horario comercial e ver num Aryzão lotado, a energia daquela imensa torcida. Nunca havia visto isso num time do interior do Brasil, e lendo vosso relato sobre este jogo contra o Flamengo, sinto muito mais orgulho de torcer por este clube.

Gustavo Rangel disse...

Valeu Alvaro...abração!!!