Fotos: Álvaro Marcos
Início da noite, começa a aglomeração. Vem gente de todo canto e de todo jeito. Estilosos, pessoal de meia-idade com cara de nostalgia, galera universitária, adolescentes e famílias inteiras levando até crianças. Uns sentam nos degraus de alvenaria em formato de concha, bem parecido com uma pequena arquibancada. Outros preferem o burburinho em pé mesmo, no bate-papo informal ou comprando cerveja aos ambulantes.
O ambiente sereno e contagiante ajuda a formar o clima. Aos poucos os músicos vão afinando seus instrumentos. No palco espaçoso cabe com sobras toda a parafernália necessária. De repente, o anúncio: vai começar o “Reubes canta Raul”, tributo do músico campista ao cantor e compositor baiano que revolucionou o rock´n´roll brasileiro. Êxtase no Palácio da Cultura.
Neste instante, ninguém deu muita importância ao fato de o show ter sido adiado do último dia
21(data em que se completaram 20 anos da morte de Raul) para ontem. O legal era curtir o momento. E a agradável surpresa, logo de cara: Luizz Ribeiro estava lá, dedilhando sua guitarra, como primeiro convidado especial da noite. Foi bacana e emocionante vê-lo ali, fazendo o que mais gosta, depois de um período com a saúde fragilizada.A cada canção, o coro, alto ou baixinho, acompanha um performático Reubes, voz, gestos e vestimenta semelhantes ao ídolo. Ele é, de fato, quem melhor interpreta Raul por estas bandas. No fim, apoteótico, dezenas de fãs pularam e saltaram na frente de Reubes, a essa altura totalmente “incorporado”. Revi bons amigos, bebi um pouco, me diverti bastante e saí de lá levando uma certeza: viva a sociedade alternativa. Viva!
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