Sesc Campos exibe filmes sobre a "Boca do Lixo" nesta terça-feira

Foto: Reprodução
Amanhã, a partir das sete da noite, o Sesc Campos apresenta "Memórias da Boca do Lixo", dentro do projeto "Cineclube Sesc: Programadora Brasil". Ao todo serão exibidos quatro filmes, com entrada franca.

* Boca Aberta (Rubens Xavier , SP, 1984)
Documentário realizado em 1984 sobre alguns dos principais protagonistas da cinematografia ligada à Boca-do-lixo, como Odi Fraga, realizador que dirigiu inúmeros longas, muitos deles sobre a temática do sexo explícito, Ozualdo Candeias, com uma filmografia mais autoral, e Toni Vieira, que dirigiu mais de 20 filmes. A rotina de atores e produtores ligados a este pólo de produção de filmes de apelo mais popular e que foram responsáveis pela produção das comédias eróticas das décadas de 60 e 70.

* Candeias: da Boca pra fora (Celso Gonçalves , SP, 2002)
Um retrato original de um dos mestres do Cinema Marginal, Ozualdo Candeias, realizador dos clássicos “A Margem” e “Zezero”; genuinamente um cineasta do povo. Divertidos e controversos depoimentos de personalidades do cinema como Zé do Caixão, Carlos Reichenbach, Inácio Araújo e Jairo Ferreira.

* O Galante Rei da Boca (Alessandro Gamo e Luís Rocha Melo , SP, 2003)
Também chamado de o "Rei da Boca", ou o "Produtor Biônico", A. P. Galante produziu de filmes de cangaço a comédias eróticas, dramas psicológicos e filmes policiais, passando por bang-bangs e filmes de kung-fu, num total de mais de 50 obras. Com depoimentos do prórpio Galante, trechos de seus filmes, imagens de São Paulo e da Boca do Lixo de ontem e de hoje e entrevistas inéditas com nomes como Carlos Reichenbach, Jairo Ferreira, Rogério Sganzerla, Inácio Araújo, Severino Dadá, Miro Reis, Sylvio Renoldi, Pio Zamuner, Antônio Meliande, Cláudio Portioli, Sebastião de Souza e João Silvério Trevisan (técnicos, diretores e críticos que fizeram a história do cinema brasileiro), O Galante Rei da Boca é um documentário que, com humor e a simpatia peculiares de seu personagem central, reflete e informa sobre o fazer cinema no Brasil.

* Soberano (Ana Paula Orlandi e Kiko Mollica)
Reminiscências resgatam a trajetória do bar Soberano, símbolo da intensa e espontânea produção do movimento cinematográfico da Boca do Lixo.

A “Boca do Lixo” é uma região do centro de São Paulo tradicionalmente marcada pela prostituição, a criminalidade. Durante o final da década de 1960, vários pequenos produtores transferiram suas empresas para a região, que ao longo da década de 1970, transformou-se num dos maiores pólos de produção de filmes comerciais da história do cinema brasileiro. Comédias eróticas, filmes policiais, fitas de terror e até memso westerns estão entre os gêneros explorados pelos diretores e produtores da "Boca".

Responsável por muitos dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro entre o final dos anos 60 até a "era Collor", o cinema popular produziu na "Boca do Lixo" começou a perder fôlego no início dos anos 80, quando o mercado brasileiro foi invadido pelos filmes americanos de sexo explícito. A pá de cal no cinema da "Boca" veio com a extinção, nos anos 90, dos mecanismos que fiscalizavam a obrigatoriedade de exibição do filme brasileiro no mercado nacional.

Serviço:
O Sesc Campos fica na Avenida Alberto Torres, 397, telefones: (22) 2725-1209 / 2725-1210.

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